17.2.08

para júlio e martha...

Júlio e Martha insistiam com força em forrar com cuidados aquele caminho que me restava trilhar, não sabiam a poderosa sugestão pela qual estava sendo tomado. Poderia assustá-los a calma da minha profunda decisão. Mas foram os trovões liberados por aquela candura infinita dos olhos de Júlio que me deram este momentâneo e, curiosamente, perene desespero de hoje, como um maldito carro que sempre cruza as mesmas esquinas porque sempre existirão esquinas e carros e estes sempre serão as mesmas coisas. Nunca nos levando aonde importa. E onde é isto, que, mesmo se alguém quisesse levar não saberia? Ah! eu juro, levaria tantos quanto pudesse e ainda assim não me livraria de nem um miligrama deste peso que carrego, pois sempre doeria os que não puderam ser levados.


"as despedidas e o suicídio perdem sua dignidade quando repetidos."
jorge luis borges em "história da eternidade".

2 comentários:

Anônimo disse...

e agora?!

e o que você não se deixar levar?
ou deixa-se ser levado?

e onde você se esconde?

Anônimo disse...

sei lá...