14.12.07

ouvindo song for the newborn - anthony braxton

o perigo vinha exatamente do domínio que passei a ter da situação, aquela consciência de quem sabe o que está destruindo. o refugo se avolumando atrás e as promessas se desfazendo adiante. o que eu via era o sinal de fumaça indicando a próxima parada, a nova cidade potencial, o novo alimento de um deus às avessas. alimento nenhum saciava minha fome, só me serviria o que não tivesse limites. o rastro de destruição, não posso dizer que me orgulho, mas era uma obra e tanto. fui construindo novas técnicas, encontrando outros meios, formulando diferentes teses. sim, sabia exatamente o que estava fazendo, e num tribunal imaginário, eu era condenado diariamente.

3 comentários:

moriarty disse...

Você podia escrever um livro sobre teu cotidiano às avessas.
Pois ele é muito interessante!

Anônimo disse...

essa coisa de auto-desruição é coisa de gente sã.

amando-se e odiando-se a cada segundo mal vivido de sua vida.



repita os passos.

Ana M disse...

te leio, honey.
e, a cada dia, melhor.

bisou