29.3.07

o abismo e eu.

era verídico o desconforto, não sei de onde eu via as coisas, mas a visão, esta sempre me assustou muito. sempre lidei bem com os problemas, martha sempre soube disso, mas o problema, o que não se mostra, este sempre temi. sempre o procurei, é verdade, mesmo me esgueirando pelos cantos sempre o busquei, mas não sem um estoque de motivos e um bocado de provocação.
descortinei minha vida dos cuidados, a maldição dos que não crêem em nada sempre me perseguiu e o pagamento para manter-se a salvo é alto: a solidão, a moeda corrente da minha vida. tudo que comecei sempre me levou ao mesmo lugar, sempre acabou comigo. mas precisava, tinha que vencer a vertigem e buscar conforto no abismo. tinha que conseguir um meio de continuar vivendo com este desconforto que não explico.

4 comentários:

Anônimo disse...

Deve ser por isso que aviões e elevadores não têm piso de vidro. Mas, o pior, é que sempre acho que eles tem. Como diria Tom Petty, I'm free falling.

Ana M disse...

leio e tenho um entendimento. e leio e sinto. são coisas diferentes. hoje te senti triste, ou senti tristeza (será o que atribuo ao outro não tem algo de mim?) ao ler tuas palavras. algo que não tinha acontecido até então. bonjour tristesse, talvez, por eu ter pensado (mesmo baixinho e sorrateiramente, pra que eu mesma quase não ouvisse): eu já me chamei Martha.

isso foi pela manhã, quando te li pela primeira vez. ao ler, de novo, agora, me lembrei de uma frase de um psicanalista num debate na tv: "uma estória, mesmo trágica, é uma estória certa". afinal, sabemos ao que leva a solidão. é o preço, é trágico, mas é certo. será não temos medo do que não é sabido? eu acredito, piamente, que sim. agora, se sinto isso, já é outra estória...
bisou

no quarto: http://apto32.blogspot.com

Suzana disse...

É de tirar o fôlego, é de incomodar.
É como se sempre caminhássemos numa corda bamba que a gente insiste em dizer que é segura...
Angustiante...
E bom! :)

Anônimo disse...

voragem, vocação para a vertigem.

marco
naselva.com/marco