16.10.07

minha pequena isadora

isadora é nova, carrega no peito dores de outrora. encontrei-a pela primeira vez num
passeio público, a distorcer realidades e encantar tragédias.

longos abraços de isadora, braços de ternura insuspeita, de apocalipses que nunca
aconteceriam. ah, isadora, quantas rainhas destronadas não fostes para mim? tu
nem suspeitas o carinho incontido que carrego nesse peito amargo, o otimismo que
nega minha inteligência sempre que procuro as razões de teu bem querer. minhas rimas
imprecisas que estampam meu mal estar e que cantam tua beleza. ah, isadora, não te
vás assim, tão pequena, que muito mais anárquico que bakunim são os sentimentos, não
se pode galopa-los. não renegue teu colo febril à minha têmpora macia mas tensa. que
daqui a mil anos seremos todos inúteis como agora, e de tábua de salvação eu abro mão
de meu quinhão.

agora mesmo, enquanto me decido pela dúvida, ela sorri com seus olhinhos pra mim.
isadora ainda tem certezas nessa terra desesperada, e tenta me ensinar uma oração.
ah isadora, tu então não sabes? como te explicarei meu ocaso?
deixo pra depois. fatalidades que minha vida tece.

Um comentário:

Anônimo disse...

Baa, o blogger nao quis aceitar meu comentario ontem ;~ e aqui estou eu tentando, de novo.
Eu tinha te falado que estava com saudades do versus, dos seus versos. que gostava de como voce descrevia nossos sentimentos. que tinha perdido muita coisa, mas que iria ler tudo, aos poucos.

beijos.