7.5.07

em si mesmado

nem era culpa dela saber o que me vitimava. entregava-se a mim como a um vício. nem era a falta que me incendiava, como uma roma imaginária, era o excesso de poucas palavras. eu era a faca e a ferida, planos desfeitos. neste outono atípico, as folhas custavam a cair, mas deitado no chão eu nem tinha mais para onde cair. minha própria armadilha. em si mesmado. neste funeral encenado era o único enlutado. novas datas comemorativas, dilaceramentos e tentativas imaginárias de suicidio. ataduras não seguram este sangue.

3 comentários:

Ana M disse...

adorei tudo isso que vc escreveu aí. me lembrei de um sonho que tive hj. não sei porque, mas te ler me deu a sensação de que o meu sonho estava aqui do meu lado. não sei quanto a vc e aos outros, mas eu preciso de mais ataduras. joguei as minhas fora. acabei de jogar. acabei.

Keid disse...

acho que nenhuma atadura poderia...

S. Nakamoto disse...

deu vontade de apaixonadificar-me, mas não sei mas como nem porquê

[[ ]]ão