10.4.07

durante um cigarro.

estava escrevendo rápido, me sentia ameaçado. desacostumei-me com dias tranquilos. a ventania queria carregar-me também, não bastava levar tudo. meus cabelos desgrenhados, minha voz embargada, meus olhos cansados: testemunhas perjurando. nem tinha onde me segurar. este porto não é seguro. uma estranha me faz sentir ainda mais pena de mim, que já pago minhas penas. ando sobre cacos de vidro. me fodo todo. mas gosto dos arabescos que a fumaça de meus cigarros formam na ventania. afinal um pouco de poesia que não me destroi.

2 comentários:

Ana M disse...

adorei a voz embargada e as testemunhas que perjuram. mas, afinal, qual porto seria mesmo seguro? só o de ontem, talvez. mas será essa a saída? pra hoje?. enfim, gostei deste texto. apesar de parecer ter sido caro pra vc, alguma coisa nele me chama.
bisou

S. Nakamoto disse...

Obrigado pelo comentário lá no Brutti, Thiago. Vim conhece tua casa. Licença...