24.10.06

Julgamento Nonsense I

E eu, que nem sempre tive esse aspecto de santo, fechava os caminhos e torturava os rebeldes... eu, velho revolucionário de esquerda, medindo palmos e ninharias, contraindo os músculos e contendo risos. Eu, ainda mais eu que outrora, caindo junto com as desconfortáveis ruinas, decompondo a velha canção. E eu, já cansado e com o rosto magro, a perguntar o paradeiro daqueles meus 17 anos, quando tudo podia acontecer e a dor não obscurecia a calma. Eu, plantando um jardim de possibilidades remotas, ainda tolices, talvez derrotas, me vejo tendo uma outra chance de ser um outro alguém.

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